Descaso! A vida das mulheres do DF está a mercê da sorte!

Apenas dez dias após o final de 2023 – ano que registrou o maior número de feminicídios na história do DF – a capital do país se vê mais uma vez chocada, diante da notícia de outra mulher vítima da brutalidade, do machismo, da ignorância e da covardia do ex-marido. Tainara Kellen foi alvo de 16 disparos de pistola, dos quais pelo menos seis a mataram. Revoltante por si só, o crime ainda teve um agravante: foi assistido pela filha do casal, uma criança de apenas cinco anos de idade.

O assassino da jovem de apenas 26 anos era um Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC) com histórico de violência. Ele tinha 11 passagens pela polícia e, segundo um amigo declarou à imprensa, possuía em casa um rifle e quatro pistolas. Seu prontuário policial inclui porte ilegal de arma, ameaças, vias de fato e desacato, além de violência doméstica praticada contra outras mulheres.

Essa é mais uma tragédia que não nos deixa esquecer da dura realidade que muitas mulheres enfrentam em nosso país. A violência pode se manifestar de várias formas, como física, psicológica ou emocional, sexual, patrimonial e até moral. Na instância máxima, o feminicídio, os números são alarmantes: o DF registrou um aumento de 350% em 2023, uma estatística que nos envergonha e exige ação imediata. No caso de Tainara, o fato de uma criança testemunhar a barbaridade apenas intensifica a gravidade do problema.

Para Tainara e tantas outras que tiveram seu futuro apagado por um feminicida cheio de ódio, é tarde demais para que medidas eficazes sejam adotadas. O que for feito agora não trará de volta a sua vida. Mas para milhares de outras mulheres que nesse momento sentem medo do que pode acontecer, ainda resta um pouco de tempo. E elas exigem pressa para que possam viver com segurança.

Neste contexto, é crucial reforçar a luta contra a violência de gênero. Devemos nos unir como sociedade para educar contra o machismo. Mas o GDF está devendo na sua obrigação de garantir que as mulheres tenham acesso a recursos de segurança e apoio. A violência contra as mulheres é um reflexo sombrio da sociedade em que vivemos, e a falta de efetividade nas ações do Governo do Distrito Federal apenas tem perpetuado essa tragédia.

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