Hoje, 17 de junho, celebra-se o Dia de Proteção às Florestas, data escolhida para homenagear o Dia do Protetor das Florestas, o Curupira, figura lendária do folclore brasileiro conhecida por sua defesa das matas. Segundo dados do MapBiomas, entre 1985 e 2022, o Brasil perdeu aproximadamente 87,5 milhões de hectares de sua cobertura florestal. Por cobertura florestal entende-se as formações florestais clássicas, como a Amazônia e a Mata Atlântica, as formações savânicas, como algumas fitofisionomias (diferentes tipos de formações vegetais) de Cerrado, mangues e florestas alagáveis.
Essa perda não apenas compromete a biodiversidade, mas também impacta diretamente os serviços ecossistêmicos cruciais para a sustentabilidade global. A Amazônia, por exemplo, desempenha um papel fundamental na produção de água através da evapotranspiração, essencial para regular o clima regional e até mesmo influenciar padrões climáticos globais. As formações savânicas do Cerrado, por sua vez, desempenham um papel vital na distribuição de água e na manutenção de ecossistemas diversos.
A perda de vegetação nativa no Brasil impacta, de maneira negativa, diretamente o abastecimento de nossos lençóis freáticos, a distribuição de água, a disponibilização de água para agricultura, a qualidade do ar, além da perda de biodiversidade, um dos maiores ativos ambientais de nosso país. Além disso, as florestas estocam enormes quantidades de carbono. Quando essas áreas são queimadas, todo esse carbono é liberado na atmosfera, contribuindo para agravar os efeitos da mudança do clima.
A cada dia, nos resta menos tempo para reverter o quadro de destruição ambiental em nível nacional e internacional. Precisamos desenvolver novas maneiras de compatibilizar nossas atividades produtivas e nosso modelo de consumo aos limites ecológicos de nosso planeta.
Destaca-se, nesse sentido, a aprovação do PL 1.818/2022, que institui a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo (MIF). Essa política é essencial para nos prepararmos aos novos extremos climático, sobretudo os eventos de altas temperaturas, que acabam contribuindo para propagação de incêndios florestais. O PL foi remetido à sanção presidencial no último dia 11 de julho.
Nossas florestas são verdadeiros tesouros de biodiversidade, sabores, conhecimentos, culturas e paisagens. Quem já provou o pequi, presenciou uma festa do boi no Maranhão ou contemplou uma deslumbrante cachoeira, reconhece a imensa riqueza que o nosso país abriga.
Senadora Leila Barros, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado