Por requerimento da senadora Leila Barros (PDT-DF), o Senado promoveu nesta segunda-feira (13) uma sessão especial para comemorar o Dia do Profissional de Educação Física. A cerimônia foi marcado por apelos à conscientização sobre a importância dessa categoria profissional no aprimoramento físico e mental da população.
Presidida pela parlamentar do Cidadania, ela apresentou na abertura da sessão um resumo da história da educação física, que só teve regulamentação profissional no Brasil a partir de 1998. Ela salientou os benefícios da prática de atividade física regular para a promoção do bem-estar e do fortalecimento do sistema imunológico.
“Em tempos de pandemia da Covid-19, tivemos todos a exata noção da importância de termos o sistema imunológico fortalecido, um organismo saudável para o enfrentamento dessa e de qualquer outra doença. E são justamente os profissionais da educação física os maiores promotores dessa concepção de vida que agrega a saúde física e emocional a toda a população “, afirmou Leila Barros.
Com argumentação semelhante, Patrick Aguiar, presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região, observou que a pandemia ressaltou a necessidade de reconhecimento desses profissionais.
“Fica escancarado o quanto é importante a nossa profissão, o quão nós somos importantes dentro de uma visão integrativa de uma medicina preventiva, que trata vidas e que, verdadeiramente, salva vidas, sem que se precise de hospitais públicos”, disse.
Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Andrew Parsons salientou os efeitos positivos da educação física, inclusive quanto à economia de recursos públicos em saúde, educação e previdência. Ele fez uma homenagem aos seus professores de educação física por terem lhe ensinado “disciplina, sacrifício, foco, saber ganhar e saber perder”.
“Essa questão dos valores, para mim, é muito importante. E aí eu lamento um pouco que a educação física no nosso país ainda seja subestimada, principalmente na escola. Muitas vezes é considerada o segundo recreio. ‘Vamos lá jogar uma bola’. E isso não pode ser mais distante da realidade”, disse.
Afirmando que foi “transformada pela atividade física”, Thaís Yeleni Ferreira, presidente do Sindicato das Academias do Distrito Federal, defendeu o reconhecimento da atividade das academias como atividade essencial. Ela citou dados que indicariam a influência da atividade física na minimização dos impactos da covid-19.
Marcelo Ottoline, diretor de Educação Física e Desporto Escolar da Secretaria de Educação do Distrito Federal, destacou a importância das modalidades paralímpicas como veículo de cidadania para as pessoas com deficiência. Também disse que o professor de educação física no Brasil deveria ser “reverenciado” por sua criatividade.
“Na falta de tudo, de espaço, de equipamentos esportivos, de [condições] para poder chegar a uma competição, ele se desdobra. E não são poucos”, frisou Marcelo, acrescentando que o governo não pode ignorar o potencial da prática esportiva para a formação do cidadão.
Segundo Elisabete Laurindo de Souza, vereadora em Itajaí (SC) e professora aposentada, há uma tendência de retirada da educação física do currículo do ensino médio. Ao criticar isso, ela cobrou maior conscientização sobre a capacidade da atividade física de reforçar o desenvolvimento das habilidades motoras e combater a obesidade e o sobrepeso na infância.
O presidente do Conselho Federal de Educação Física, Claudio Augusto Boschi, disse esperar que o PND (Plano Nacional do Desporto ) contemple as aulas de educação física “não pela obrigatoriedade, mas pela necessidade”. Ele fez um apelo para que senadores, deputados e vereadores apoiem os educadores físicos em atuação no país.
“O profissional de educação física é aquele que faz a diferença em prol da qualidade de vida”, afirmou.