O ministro da Justiça, Sergio Moro, recebeu nesta terça-feira (20) um grupo de senadores e os representantes da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do voo da Chapecoense (AFAV-C). Eles pediram o apoio do governo federal para solucionar o impasse sobre a responsabilidade do acidente e o pagamento das indenizações. Quando a tragédia completar 3 anos, em 28 de novembro, os familiares perderão o direito de receber as indenizações da seguradora AON e da companhia Lamia.
A senadora Leila Barros (PSB-DF), que tem acompanhado no Senado os debates acerca dessa batalha judicial, participou da reunião com o ministro Moro. Ela destacou que as famílias precisam de respostas. “Existe um conteúdo um pouco obscuro nessa situação que a gente tem que averiguar. Tem que insistir, investigar, provocar. Buscar as respostas. Essas famílias precisam de respostas. Eram atletas, estavam trabalhando, representando o país. Pais de família, jovens com uma vida inteira pela frente. E essas famílias ficaram desamparadas”, disse.
Os representantes da AFAV-C fizeram uma explanação detalhada sobre a situação. Eles apontam que houve negligência por parte dos governos da Bolívia e da Colômbia ao permitirem que o avião da Lamia decolasse mesmo sem a cobertura da apólice de seguro exigida de US$ 300 milhões de dólares, o que tem dificultado o recebimento das indenizações.
O ministro Moro admitiu ser um caso complexo. Ele se comprometeu a levar a situação ao presidente Jair Bolsonaro e também acionar o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para buscar uma solução pelas vias diplomáticas com os governos da Bolívia e da Colômbia.
“Fizemos todo um levantamento que aponta três responsáveis por essa tragédia: o governo da Bolívia, o governo da Colômbia e a corretora AON. Agora, nós precisamos realmente do apoio do governo brasileiro para que esse encaminhamento seja efetivado. Estamos correndo contra o tempo”, disse a presidente da AFAV-C, Fabienne Belle.
O encontro com o ministro Sérgio Moro foi mediado pelo senador Jorge Kajuru (Patriotas-GO). Além da senadora Leila Barros, também participaram os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS), Esperidião Amin (PP-SC) Romário (PODE-RJ) e Jorginho Mello (PL-SC). Já foram realizadas duas audiências no Senado Federal sobre o tema.