O pacote anticrime apresentado pelo governo e a transferência de líderes da facção criminosa PCC para um presídio em Brasília foram os temas debatidos pela senadora Leila Barros (PSB-DF) e o ministro da Justiça, Sérgio Moro. O diálogo ocorreu em audiência pública promovida pela Comissão de Constituição de Justiça do Senado, nesta quarta-feira (27), quando o ministro respondeu questionamentos dos parlamentares.
“Considero que o pacote anticrime apresentado tem muitos avanços. O que me preocupa é que não constam no pacote iniciativas com relação à prevenção da violência”, afirmou a senadora na CCJ. Para Leila, é necessário combater o aliciamento de jovens pelo crime organizado, com um trabalho integrado com os ministérios da Educação, e das secretarias especiais da Cultura e do Esporte.
O ministro Moro respondeu à parlamentar afirmando que está de acordo acerca da importância de políticas integradas de prevenção. “Temos um projeto de redução da criminalidade em que, através de convênios, vamos coordenar as ações de segurança federal, estaduais e municipais, com ações coordenadas por outros ministérios”, respondeu o ministro.
A senadora Leila questionou também sobre a transferência do líder da maior facção criminosa do Brasil para Brasília, em um presídio que fica a menos de 2 km de regiões muito populosas, como é o caso de São Sebastião, Jardim Mangueiral e Jardim Botânico. “É preciso garantir, com a ajuda federal, a segurança dos cidadãos do Distrito Federal e quero saber se o governo federal pensa em ajudar o governo local na questão de investimento, até mesmo para barrarmos o avanço do PCC”, perguntou.
De acordo com o ministro, a transferência dos líderes do PCC a Brasília foi uma solução técnica. “Comparativamente, o Distrito Federal tem uma polícia bem remunerada e bem estruturada”, afirmou. Outro motivo apresentado por Moro foi a distância do DF das fronteiras brasileiras, afastando o risco de resgate e fuga.