A primeira mulher eleita senadora pelos brasilienses e candidata pelo PDT ao governo do Distrito Federal, senadora Leila do Vôlei, participou do debate promovido pela TV Bandeirantes, em Brasília (DF), neste domingo (7).
A educação foi o primeiro tema abordado pela mediação e Leila criticou as políticas públicas adotadas pelo atual governo, que levaram ao aumento da evasão escolar no cenário da pandemia da Covid-19. Para a candidata, uma das maiores causas para que os estudantes deixassem os estudos no auge da crise sanitária foi a dificuldade de acesso à internet, computadores ou internet no celular.
“Vimos a disparidade entre as escolas públicas e privadas durante a pandemia no que diz respeito às tecnologias e vamos resolver isso. Vamos melhorar as condições de infraestrutura das escolas públicas”. Para sanar o problema, a ex-atleta considera a busca ativa dos alunos evadidos e a aproximação entre a escola e a comunidade. Outro ponto ressaltado por ela é a urgente ampliação do atendimento nas creches, pois o DF conta hoje com um déficit de 12 mil vagas.
No segundo bloco, a candidata questionou Paulo Octávio (PSD) sobre sua proposta para diminuir a sensação de insegurança da população, diante do aumento dos casos de violência dentro das escolas e dos números de atentados contra as mulheres. Insatisfeita com a resposta, Leila ressaltou que pretende investir fortemente nos batalhões escolares. “A segurança tem que estar também fora da escola, protegendo esse ambiente escolar”, ressaltou.
Leila é autora da Lei do Stalking. A legislação criminaliza a perseguição física ou digital. Leila lembrou que a violência contra as mulheres durante a pandemia ficou ainda mais crítica pela falta de um sistema eficiente de acolhimento às vítimas. “O DF hoje convive com a falta de casas abrigo para as vítimas. É preciso acolher essas vítimas e oferecer oportunidades para que elas consigam quebrar o ciclo de dependência e violência no ambiente familiar”, alerta.
Ao ser questionada sobre seus planos para redução do desemprego no DF, Leila foi categórica em estabelecer o novo papel para o Banco de Brasília (BRB), o de agente indutor de desenvolvimento da economia local. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o DF encerrou o ano de 2020 com taxa de desemprego de 14,2%.
“Vamos criar a Agência de Desenvolvimento dentro do BRB para apoiar o pequeno e microempresário que de fato é quem emprega. São eles que geram a grande maioria dos empregos”. A candidata acrescentou, ainda, que será preciso investir também na qualificação da mão de obra e por isso ela pretende incentivar o ensino técnico e a criação de cursos profissionalizantes voltados para os setores de competência da cidade, tais como a área de tecnologia, saúde e construção civil. “Não adianta construir crédito para os micro e pequenos empresários se a gente não qualifica os profissionais”, completou.
Centrad e Universidade do Distrito Federal
No terceiro bloco, Leila respondeu perguntas sobre o pacto federativo e os planos para ativação do Centro Administrativo do Distrito Federal (Centrad), em Taguatinga, complexo de 118 mil metros quadrados construído por meio de consórcio em parceria público-privada (PPP) e jamais utilizado desde 2014.
A abertura do Centrad foi promessa de campanha do governo atual, mas, até hoje o projeto não se concretizou. Leila anunciou que, se eleita, além de receber o corpo administrativo de seu governo, o Complexo, composto por quatro edifícios com 15 andares e dez com quatro andares, além de 3 mil vagas de estacionamento, abrigará as instalações do novo centro de ensino superior gratuito, a Universidade do Distrito Federal.
“Vamos dar respostas à população do Distrito Federal, porque entra eleição e sai eleição, nós vemos nos debates que todo mundo promete resolver o problema do Centrad e nós é que vamos resolver”, pontuou. “O projeto inicial está sendo pensado para alocar a universidade no Lago Norte, mas entendo que precisamos levar este projeto para as regiões administrativas que mais precisam. No Centrad, a Universidade do DF ficará próxima de Taguatinga, Ceilândia e Samambaia”.
Diálogo para maior integração na saúde e mobilidade
O quarto bloco teve confronto direto entre os candidatos. Questionada sobre a falta de integração entre o DF e o entorno, a candidata disse que vai reabrir o diálogo com o governo de Goiás para resolver problemas de interesse dos dois estados. “Faltou um pouco de tato do governo atual para se aproximar e resolver as demandas dessa população da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE). Nem DF nem Goiás assumem o compromisso de melhorar as estruturas, o diálogo, as relações e de investir nos dois estados”. Em seu governo, Leila vai fomentar as parcerias entre os governos para promover a integração em busca de alternativas para a sobrecarga nos hospitais e a baixa qualidade dos transportes públicos.
Esse último assunto, inclusive, foi tema de sua pergunta ao candidato Rafael Parente (PSB). Nascida e criada em Taguatinga, Leila conhece bem o transporte público do DF. Para ela, o sistema é caro e ineficiente. “Mesmo assim, o governo atual insiste em investir nos corredores de ônibus, que não é o mais adequado para a população do DF”, criticou.
Para melhorar a mobilidade no DF, a candidata disse que vai realizar a expansão do metrô para Asa Norte, o Gama e Santa Maria. Sobradinho e Planaltina serão interligadas ao metrô da Asa Norte por monotrilho. “Os governantes precisam andar de ônibus e sentir o que a população vive diariamente. Os ônibus estão lotados. Muitos quebram constantemente, outros não passam nas paradas de ônibus. O transporte público do DF é completamente ineficiente”, criticou a candidata, que quer mudar essa realidade.