Infelizmente, o Brasil chegou ao fundo do poço. A Covid-19 tem se alastrado como nunca. Mais da metade dos estados do país estão enfrentando colapso na saúde. Nesse trágico ranking, o Distrito Federal ocupa lugar de destaque por causa da irresponsabilidade do GDF. 97% das vagas disponíveis para pacientes com Covid nas UTIs dos hospitais públicos de Brasília estão ocupadas. Vale lembrar que, no início da pandemia, chegamos a ter 700 leitos de UTI para pacientes com Covid.
A desativação de grande parte desses leitos em plena pandemia somada ao negacionismo do governo federal e à letargia para aquisição de vacinas nos trouxe ao cenário atual. O GDF foi imprudente. O vírus nunca deu trégua. Em dezembro, o Amazonas já dava sinais do caos que vimos em janeiro de 2021. Poderíamos estar distantes da segunda onda da doença se o avanço da covid-19 na Europa e nos EUA tivesse sido observado há cerca de três meses. Faltou visão estratégica.
O fato é que sem vacinação robusta para controle da pandemia seguiremos nos arrastando. O GDF insiste em manter a posição de que seguirá o Plano Nacional de Imunização do governo federal. Apostar na capacidade de negociação e de compras do Ministério da Saúde é temerário. Quando se trata de preservar vidas não podemos poupar esforços! Agilidade e eficiência, neste momento, podem salvar vidas, empregos e a economia local.
Governador Ibaneis Rocha assuma a postura de líder. Converse com os deputados distritais e a bancada federal. Promova a união. Apesar das diferenças políticas, o que nos une é a população do Distrito Federal. É possível encontrar um caminho para aquisição das vacinas. Da mesma forma que não faltaram recursos para preparar os nossos sistemas de saúde e de assistência social em 2020, nós, parlamentares do Distrito Federal, estamos prontos para ajudar no que for preciso.
No ano passado, garantimos a liberação de cerca de 1 bilhão de reais para o GDF combater esse vírus. Infelizmente faltou transparência na utilização dessa verba. Fizemos vários questionamentos a esse respeito e até hoje o governo não conseguiu informar como os recursos foram gastos. O governo, aliás, muito prometeu e pouco fez. As UPAs que seriam inauguradas sequer foram entregues ainda. O Hospital de Campanha de Ceilândia demorou meses para entrar em funcionamento.
Resumindo: faltaram transparência, liderança e fiscalização e sobraram irresponsabilidade e escândalos de corrupção. A cúpula da Secretaria de Saúde foi presa sob a acusação de superfaturamento na compra de testes rápidos.
Se o governo tivesse se dedicado à saúde da cidade como se empenhou para enterrar a CPI da Pandemia na Câmara Legislativa, provavelmente nossa situação hoje seria mais confortável.
A irresponsabilidade com a Saúde trará impactos na economia da cidade e na vida dos brasilienses. Não é à toa que parte da população tenha se unido para protestar contra o descaso e a falta de gestão e planejamento. Esse movimento espontâneo demonstra que a sociedade cansou de pagar a conta.