Ministra Damares garante proteção a mulheres e público LGBTI

A violência que atinge mulheres e minorias no Brasil foi o principal tema abordado na sessão promovida na manhã desta quinta-feira (21) pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), com a presença da ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves.

Foram mais de três horas de debate. A ministra disse aos senadores que priorizará o combate à violência, cumprindo promessa de campanha do então candidato Jair Bolsonaro. “Ele (o presidente) deu uma ordem a todos os ministérios, o enfrentamento à violência. Vamos todos trabalhar esse tema, de forma transversal”, explicou.

A senadora Leila Barros (PSB-DF) expressou sua preocupação com o crescimento de casos de feminicídio e agressões praticadas contra as mulheres e observou que ruídos na comunicação entre o governo e a sociedade têm feito com que a comunidade LGBTI se sinta discriminada e segregada. Ela defendeu que pautas como o combate à violência contra a mulher e as minorias, o aborto e a discriminação sejam discutidas tecnicamente e de forma pragmática, sem emoções, polarizações ou paixões.

A ministra Damares Alves, em resposta à senadora Leila, disse que há vários anos, de forma anônima, trabalha em defesa das travestis, inclusive atuando nas madrugadas. “Já garanti a elas e à toda a comunidade LGBTI que, se for preciso, vou para as ruas ou para qualquer lugar as defender da violência”, declarou. Ela também disse que vai se empenhar na proteção às mulheres, homossexuais, lésbicas e crianças.

Questionada por Leila Barros sobre a possibilidade de sua atuação como líder religiosa interferir nas decisões do Ministério, Damares garantiu que participa do governo como ativista de direitos humanos e não como pastora. “Em um mês como ministra, acho que os senhores não conseguiram me ver, em nenhum momento, fazer proselitismo”, afirmou. Ela acrescentou que suas restrições são com relação à doutrinação ideológica na escola e a ideologia do gênero.

Durante a intervenção de Leila, um senhor que assistia ao debate se dirigiu a ela de forma discriminatória, menosprezando o fato de a senadora ser originalmente atleta profissional. “Sou atleta, mas entendo muito bem o que é ser mulher trabalhadora”, rebateu. A senadora Leila opinou que é muito difícil para um homem compreender a real dificuldade que as mulheres enfrentam em situações como conciliar a gravidez e o emprego, ou manter uma jornada no trabalho e outra em casa.