Relator acata emenda da senadora Leila e DF receberá recurso extra

A votação do projeto de socorro financeiro aos estados municípios terminou com uma vitória do Distrito Federal. O relatório inicial apresentado pelo senador Davi Alcolumbre retirava o DF da partilha de R$ 28 bilhões destinados aos municípios para enfrentar a crise do novo coronavírus. Porém, após a apresentação de emendas da senadora Leila Barros (PSB-DF) e intenso trabalho nos bastidores da bancada do DF, o presidente do Senado e relator da proposta construiu uma alternativa para solucionar o impasse. 

Senado aprova auxílio financeiro a estados e municípios

O Senado aprovou o auxílio financeiro ao DF, estados e municípios. O texto construído com o aval do Ministério da Economia, que exigiu contrapartidas dos entes da federação, permitirá a divisão de R$ 60 bilhões. O Distrito Federal receberá mais de R$ 600 milhões para enfrentar o novo coronavírus.

Posted by Leila do Vôlei on Saturday, May 2, 2020

“Quanto aos recursos do Distrito Federal, como ele não entra no rateio do que será destinado aos municípios, vamos criar uma parcela a ser transferida em valor equivalente ao que a nossa Capital recebeu do Fundo de Participação dos Municípios. Essa parcela não reduz em nada o destinado aos demais entes, e contempla, em nosso entendimento, a posição peculiar do DF em nosso sistema federativo”, disse Alcolumbre. 

De acordo com a Secretaria Geral da Mesa do Senado, o DF receberá cerca de R$ 233 milhões como município. Na partilha dos Estados, a proposta que foi levada ao Plenário concederia ao DF R$ 388.848.130,68, porém um acordo de Plenário elevou esse valor para cerca de R$ 643 milhões. O pagamento total (R$ 876 milhões) será feito em quatro parcelas. Se a Câmara dos Deputados aprovar o projeto  e o presidente Jair Bolsonaro sancionar a Lei na próxima semana, a primeira parcela será repassada ao DF no dia 15 de maio.

Os recursos são uma compensação da União pela queda nominal da arrecadação do imposto do ICMS e do ISS. O objetivo é permitir que os entes da Federação desenvolvam ações de saúde e assistência social para enfrentar a doença, podendo inclusive usar parte do valor na contratação e pagamento de pessoal ligado ao Sistema Único de Saúde (SUS) e ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS). 

Além disso, conforme prevê o projeto, o GDF poderá suspender e renegociar, até dezembro de 2021, o pagamento das dívidas de aproximadamente R$ 506 milhões que tem com a União, o BNDES, o BIRD e o BID. 

“Acredito que o DF saiu vitorioso nesta sessão marcada por muito debate em busca de entendimentos. Todos os parlamentares estavam defendendo legitimidade seus estados. No final, prevaleceu o bom senso e a solidariedade entre os senadores e o Poder Executivo, que deu seu aval mediante contrapartidas”, destacou Leila. 

Contrapartidas

Até 31 de dezembro de 2021, o GDF, os estados e os municípios ficarão proibidos de conceder reajustes salariais; criar cargos ou funções; fazer alterações na estrutura da carreira que impliquem no aumento de despesa; realizar concurso público; e criar ou majorar benefícios, bônus, vantagens, abonos e verbas de representação. A exceção são os servidores da Saúde e da Segurança Pública, que foram destacados após o relator acolher emenda apresentada pelo senador Marcos do Val e subscrita pela senadora Leila. O Ministério da Economia estima uma economia com a ausência do aumento da folha de pagamentos entre R$ 121 bi e R$ 132 bi.

Dívidas

A suspensão de dívidas abrangerá os pagamentos programados para todo o ano de 2020. Os valores não pagos serão incorporados ao saldo devedor apenas em 1º de janeiro de 2022, atualizados, mas sem juros, multas ou inclusão no cadastro de inadimplentes. A partir daí, o valor das parcelas que tiveram o pagamento suspenso será diluído nas parcelas seguintes.

Os valores pagos durante o período de suspensão serão atualizados e somados aos encargos de adimplência para abaterem o saldo da dívida a partir de janeiro de 2021. As parcelas anteriores a março de 2020 não pagas em razão de liminar da Justiça também poderão ser incluídas no programa. Também nesse caso não caberão juros e multa por inadimplência.

Com informações da Agência Senado